quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Muito além da(s) linha(s) do Equador...

 O agenciamento ianque de grupos(ONGs) em países que fomentam supostas causas "humanitárias", é o mesmo que promove a destruição da soberania e a rapina das riquezas desses países. Isso é ponto pacífico. Agora, quando o narcotráfico é operado para bagunçar um país, não se sabe qual a intenção por trás disso. Ou se sabe? Como no caso do Equador, há uma crise fabricada para justificar a velha intervenção clássica ianque, com CIA, FBI, com tudo... inclusive com invasão de rede de televisão muito bem dirigida (ou operada?) diga-se de passagem..

No entanto, a instalação de uma base militar(mais uma dentre outras) em solo latino-americano, é modus operandi por parte do Departamento de Estado dos EUA. Vide o caso da Colômbia. Por décadas um narco estado administrado em que pipocaram inúmeras bases militares, - em número a maior das Américas, com mais de 50 -, e no campos social e político tendo como resultado um violentíssimo banho de sangue. 

A Doutrina Monroe ao longo dos seus 200 nefastos anos promoveu e ainda promove estragos. A Operação Condor foi uma delas. Ditaduras financiadas pelo estado e pelas corporações ianques, agiram para derrubar governos legítimos e populares, ao longo da segunda metade do século XX. Perseguindo, torturando e matando. Quando não alcançando seu intuito, promovem a bagunça característica, de sabotagem e conspiração, revoluções coloridas e toda sorte de operações psicológicas. Toma-se como exemplo maior, a Venezuela. Bode expiatório maior alardeado pela mídia oficial à serviço do império como "ditadura sanguinária", só pelo simples fato de não querer entregar seu petróleo de mão beijada aos "democráticos" interesses $$$ dos abutres do norte.

O caso mais escandaloso e emblemático, e "misteriosamente" menos comentado é o do Peru. Onde um cenário de caos foi plantado graças ao golpe promovido pela vice do presidente eleito, Pedro Castillo, supostamente para evitar um "golpe de estado". A resultante dessa outra bagunça, originou grandes e numerosos protestos por aquele país, sendo violentamente reprimido ocasionando dezenas de mortos pela polícia peruana à mando da "democrática" agora tornada presidente(a), Dina Boluarte. Não à toa, o território peruano também anda "ocupado" por tropas do exército ianque. Só pra dar guarida à democracia e à liberdade, off course!

Não faz muito tempo, a Bolívia também foi sacudida por uma intervenção golpista. Tendo como apoiador o ordinário Elon Musk, bilionário de olho no lítio daquele território. Evo Morales reeleito mais uma vez, foi apeado do poder por uma turba de entreguistas - tribo numerosa em terras latinas - em que acabou sendo preso. Porém, anos depois, a Bolívia recuperou-se desse desastre, com seu povo nas ruas exigindo a deposição dos golpistas.

E o Brasil? Bom, o Brasil é aquela maravilha...aqui tudo anda conforme A ORDEM, com seus governantes céleres e faceiros, obedientes aos ditames da matriz, independente de quem esteja no comando por lá seja de verniz republicano ou democrata. Fantoches como Temer, Bolsonaro ou Lula cumprem à risca a implantação das políticas econômicas, abrindo as fronteiras amazônicas para ONGs picaretas e treinamentos militares do exército dos EUA. Contando sempre com "funcionários" em ministérios, Tio Sam não tem o que se queixar de seu quintal . As coisas andam meio feias no Oriente e lá pelas bandas da Rússia. Mas aqui permanecemos cativos e subservientes, com a indústria cultural derretendo miolos da massa e a ridícula polarização de barro dividindo(para a conquista do império) o povo em nichos bovinos que urram em butecos, filas de supermercados e lotéricas, reuniões de famílias, ou nas redes sociais em defesa de seus políticos, generais e juízes de estimação.

Num apanhado geral então podemos aferir que o crime organizado opera, influencia e finalmente, dita as regras em nosso continente, contando sempre com a ajuda disponível, a logística favorável, a boa vontade inesgotável, a dedicação irrefreável e a sabujice intransigente por parte das classes dominantes, submetidas à classe dominante do topo da pirâmide global. Volta e meia, as reuniões de cúpula servem para conferir se tudo está no seu lugar; e na mesa as linhas traçadas para a manutenção das diretrizes e vieses dos interesses imperiais, estão lá esticadas em longas carreiras, bem maiores que a linha do Equador...

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