Enquanto a bola rola no Qatar, a geopolítica não para. Tudo é motivo para espezinhar culturas e costumes diferentes. O ocidente é mestre em arrogância e canalhice, disso todo mundo sabe. O uso instrumentalizado de causas nobres e humanitárias, se tornam nas mãos de OTAN, ONU & CIA. verdadeiras armas de guerra. Bombas ideológicas que explodem nas telas da mídia corporativa e redes digitais. Nada como um mártir, um cadáver para pintar com sangue os ditos regimes "autocráticos", assim classificados pelos defensores dos "Direitos Humanos", e das agendas de interesses dos oligarcas financeiros e seus monopólios. Esses arautos defensores da "democracia" e da "liberdade" imperial.
A morte da moça no Irã acendeu a chama de uma revolução colorida por lá, com o copyright ineludível anglo-sionista atlanticista. E também um protesto orquestrado foi percebido nos arredores do estádio onde a seleção iraniana disputaria sua primeira partida do mundial. O lobby ocidental ideológico é caracterizado desde a introdução pela indústria cultural através do entretenimento e dos chamados soft powers até as próprias sanções econômicas e intervencões militares em vários territórios do planeta. A polícia do planeta, entre bad/good cops não hesita em patrulhar a soberania dos países, suas economias e culturas e sempre enfiar a baioneta ideológica na jugular. Tudo é sempre uma questão de oportunidade.E claro, contar com a sabujice de cada classe dominante local.
Nesse momento de Copa do Mundo, fica claro que manifestações "espontâneas" só aquelas chanceladas pelo status quo; quando a seleção alemã tapou a boca por causa de uma suposta censura por ser proibido no Qatar mencionar alusões a homossexualidade, o "mundo" inteiro caiu de pau. Mas e se na braçadeira de capitão de algum jogador veiculasse uma mensagem antiimperialismo ou pró-luta de classes, qual seria a repercussão? Certamente, haveria "censura"? Sim, pois no jogo da hipocrisia, o ocidente sempre marca golaços. E a tal "liberdade de expressão" sai de maca depois de uma entrada desleal. Julian Assange que o diga.