FOTO: Cena do filme Deu no New York Times
Em “1984” obra de George Orwell
(stalinistas já irão parar de ler este texto por aqui, rs.),
há o chamado “Ministério da Verdade” que tudo controla na sociedade, sobretudo
o pensamento e a livre circulação de ideias, falsificando o passado e tudo a ele
que se referencia.
O tema do PL 2630 que trata das fake news ganha notoriedade por estar em disputa
o monopólio da mentira. De um lado as Big Techs com Google e Meta alegando
cerceamento de conteúdo e de outro os conglomerados midiáticos tradicionais,
esses "bastiões da liberdade de expressão"(SIC!), saindo em sua defesa, tais
como a Rede Globo. A disputa aqui é de mercado. Nada mais.
Não se iludam aqueles que venham a tirar partido desta quizumba.
Quem tiver mais parlamentares no bolso, leva a taça.
Eis a regra do jogo-jogado. Quando se trata de política e finanças,
todos atuam no mesmo time.
Tudo isso lembra um pouco também o filme de Henfil, "Deu no New York Times",
em que numa república imaginária - Tanga - tudo só "acontecia" no lugar
se aparecia nas manchetes do mencionado jornal estadunidense.
Vale a pena procurar e assistir. Fica a dica deste blog sem categoria.
Não há debate algum com a sociedade, que sem dúvida mais de 90% da população
não deve saber da sua natureza e do que afinal se trata, ou muito mal se informa
por redes sociais ou pela própria mídia corporativa, a vida segue o trâmite por estes
bastidores insalubres da república liberal burguesa decadente.
Apesar de estar em regime de votação no Congresso Nacional, ultimamente neste país
quem tem dado as ordens, mandando prender e soltar - literalmente - tem sido o
Poder Judiciário. Ou Juristocracia para os íntimos.
Desde a infame operação lava jato, o modus operandi tem sido este.
Mas afinal, o que há por trás da ideia deste projeto.
Cabe aqui algumas interrogações:
Há quem serve as tais "agências verificadoras de fatos"? Quem as financia?
Será que atuam pelo restabelecimento da verdade e nada mais que a verdade
pura e factual ou não passa de uma imposição retórica ideológica?
Vide a versão “oficial” vigente(made in OTAN) sobre a guerra na Ucrânia, vinculada
tanto pelas plataformas, quanto pela mídia ocidental; é tudo pela “democracia”!
Ou como afirmado anteriormente,
trata-se de uma disputa de mercado, disfarçada de uma pretensa aura
de credibilidade e de lisura das informações.
A queda de braço político partidário em que mais uma vez o manjado Fla Flu
bolsonarismo versus petismo entra em campo? Ora, ingenuidade ou cinismo?
A tal Frente Ampla de Lula/Alckmin comporta bolsonaristas no próprio governo!
E nesse tiroteio todo, onde cabe a mídia alternativa e independente?
Vai continuar apoiando quem aponta uma arma contra sua própria cabeça,
sem saber que amanhã ou depois seu conteúdo divulgado se por ventura vier a
contrariar os poderosos interesses dos quais seja direta ou indiretamente refém,
seja considerado falso e venham a disparar o gatilho ?
No caso de uma regulamentação social sobre as Big Techs, não deveria também
ser estendida aos monopólios midiáticos corporativos? Ou estes estão acima do
bem e do mal? Não devem ser regulados pelas leis vigentes no país ou só
conhecem a "lei do mercado"?
E as concessões públicas de comunicações que os governos praticam há décadas
beneficiando determinados grupos, como religiosos e apadrinhados parlamentares?
Questões em aberto, portanto, quem nada tem a temer, que atire a primeira pedra…
E assim esse presente texto encerra-se com estas interrogações.
Persistindo na deriva pelo oceano da dúvida.
Desconfiando de quem vive jogando bingo
com nossas cabeças. Mesmo que se regule bem ou mal a internet, ela ainda
continuará abrigando uma enorme quantidade de lixo de toda espécie.
Novas bombas como o Chat GPT e outras invencionices surgirão. Robôs no comando.
Discursos de ódio não cabem contra russos e o contraditório desaparece,
assassinando a dialética através das imposições dos mecanismos de poder instituídos.
Como disse Noam Chomsky em uma recente entrevista, sobre inteligência artificial :
"As grandes empresas têm poder político por uma razão muito simples: dinheiro,
capital. Podem comprar congressistas, podem comprar senadores,
podem comprar eleições. Chama-se a isso poder. Não é nada de novo(...)
São os poderosos que escrevem a legislação. Isto é um problema que existe
nas sociedades capitalistas".
Das antenas aos algoritmos, está passando na sua tela mais uma mentira…